Descolonizando Afetos, de Geni Núñez
A linguagem poética única de Núñez envolve o leitor em uma reflexão profunda sobre amor, identidade e cultura
Sinopse
“Atravessada pela poética de seu povo, a ativista indígena Guarani, psicóloga e escritora Geni Núñez promove em Descolonizando afetos um exercício de repensar a exclusividade nos relacionamentos afetivos, partilhando reflexões anticoloniais sobre o tema, tanto do ponto de vista histórico e macropolítico quanto em relação às nuances cotidianas e interpessoais. A partir de uma perspectiva original e com uma linguagem única, a autora desconstrói alguns dos equívocos mais comuns a respeito da não monogamia e desenvolve reflexões que podem servir de acolhimento a pessoas que desejam vivenciar outras formas de amar.” - Paidós - Editora Planeta
Citação da autora - Entrevista: Brasil de Fato
“Nós temos lembrado que a colonização não acabou, ela segue atualizada nos dias de hoje. E a colonização, dita de modo muito resumido, é a imposição violenta de um único jeito, uma única língua, uma única religião, um único jeito de amar, uma única maneira de ser e estar no mundo.” - Geni Nuñez
Resenha
Descolonizando Afetos: experimentações sobre outras formas de amar é uma obra provocativa da psicóloga e escritora Geni Núñez, que desafia conceitos tradicionais de amor e relacionamentos, questionando a visão eurocentrada. Lançado em 2023, este livro já se consolidou como um marco na não-ficção, nas áreas de psicologia, filosofia, estudos culturais e literatura feminista e decolonial.
A linguagem poética única de Núñez envolve o leitor em uma reflexão profunda sobre amor, identidade e cultura, defendendo que a exclusividade não é mais uma resposta satisfatória para questões contemporâneas. Sua proposta baseada em liberdade e singularidade convida o leitor a repensar velhas respostas.
Bons motivos para ler
Abordagem inovadora: Núñez combina psicologia, filosofia e poética para questionar padrões culturais, por exemplo, a possessividade nos relacionamentos.
Diversidade Cultural: a autora valoriza as tradições indígenas - a sabedoria ancestral Guarani -, e sua contribuição para uma sociedade mais inclusiva, oferecendo uma visão diferenciada sobre o amor e comunidade.
Psicologia Comunitária: o livro propõe uma abordagem colaborativa para entender e resolver conflitos.
Experimentações práticas: Núñez sugere exercícios para repensar e redefinir o amor.
Análise crítica: a obra desmascara a influência do colonialismo e patriarcalismo nos relacionamentos.
Público-Alvo
Interessados em psicologia e filosofia.
Pessoas buscando novas perspectivas sobre amor e relacionamentos.
Leitores de literatura feminista e decolonial.
Profissionais de saúde mental e educação.
Recomendação
A obra de Geni Núñez oferece percepções e reflexões valiosas e estimulantes. É recomendada para todos que desejam expandir sua compreensão sobre amor e relacionamentos.
Resumo
Descolonizando afetos é uma obra provocativa e profunda da autora Geni Núñez, que desafia conceitos tradicionais de amor, relacionamentos e identidade. A partir de sua experiência como psicóloga e ativista indígena Guarani, Núñez propõe uma reflexão crítica sobre a exclusividade, possessividade e individualismo nos relacionamentos afetivos. A obra oferece uma perspectiva única e inspiradora, que pode contribuir para uma sociedade mais justa e inclusiva.
Leia as primeiras páginas de Descolonizando Afetos
Saiba mais…
Para o pensamento platônico-cristão, o tempo é a oposição da eternidade, de maneira que tudo aquilo que muda, que se transforma, que se modifica, seria inferior àquilo que é eterno, fixo, imutável. Esta percepção impacta em diferentes dinâmicas de nossas vidas, inclusive nos ideais que aprendemos a ter sobre as relações amorosas. Nesta conversa, para expandir as perspectivas acerca desta questão, serão apresentadas poéticas indígenas, em especial as da cosmogonia guarani sobre o tempo. Em um cenário de monoculturas do pensamento, é fundamental um reflorestamento do imaginário.
A autora de Descolonizando Afetos
Geni Núñez no Instagram
Ativista indígena Guarani, psicóloga e escritora. Pesquisadora de pós-doutorado no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP). Doutora no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mestra em Psicologia Social (UFSC) e graduada em Psicologia. Membra da Comissão de Direitos Humanos (CDH), do Conselho Federal de Psicologia (CFP), e coassistente da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY). Autora de Descolonizando afetos: experimentações sobre outras formas de amar (Paidós/Planeta, 2023) e do livro infantil Jaxy Jaterê, o saci guarani (Harper Kids/Harper Collins, 2023). Ambos foram destaques na Curadoria Participativa do Programa Educativo Flip 2024. Na Flip, Geni lançou um novo título: Felizes por enquanto: escritos sobre outros mundos possíveis (Planeta, 2024).
Ataulfo Santana (Tatá) é graduado em Comunicação Social (1991) e pós-graduado em Arte Integrativa (2010). Trabalhou na Secretaria de Cultura de SP (2001-2003) e na Fundação para o Desenvolvimento da Educação (2003-2020). Atua em projetos sociais e possui formação em escrita criativa com Daniel Viana, Marcelino Freire e Andrea del Fuego.
Publica regularmente às terças-feiras, às 7h04.